Orgulho de ser Paula!
ENTREVISTA COM PAULA DINIZ – Ela é uma torcedora que vale por uma torcida inteira. Paula Diniz veste a camisa do seu time, o Paula Freitas, como poucos. Ela defende a equipe, discute com torcedores adversários, sofre nos momentos difíceis e vibra como ninguém nas vitórias. Mas que qualquer coisa, ela é uma personalidade do futebol de praia. Os jogadores do Paula Freitas a adoram e, aproveitando a coincidência dela ter o mesmo nome que o time, a escolheram como uma espécie de musa da equipe. Paula entende de futebol e sempre tem argumentos sólidos para defender seu ponto de vista. Perfeita tradução da mulher carioca, Paula Freitas, ou melhor, Paula Diniz, concedeu entrevista exclusiva ao Craques da Praia.
1 – O que o futebol significa para você?
O futebol é a maior miscigenação cultural e social que existe no mundo. É um esporte que une as pessoas de uma forma indescritível! Dentro de um estádio, assistindo a um jogo, somos todos iguais, movidos pela mesma paixão, assim como nas areias. Pra mim é uma grande paixão, além de ser o meu maior lazer.
2 – Como é a emoção de ver o seu time de coração ser duplamente campeão?
Olha, realmente não dá pra descrever com meras palavras. Só quem sentiu na pele sabe do que estou falando. É um misto de sensações... Orgulho, realização, prazer, felicidade, plenitude, êxtase... É como se você usasse a mais potente das drogas, com um efeito maravilhoso que dura por semanas, meses, anos!!! Jamais imaginei que pudesse sentir tal coisa, sinceramente!
3 – Você que acompanhou todos os jogos, conte-nos como foi a trajetória do Paula Freitas, do início do campeonato, até a conquista do título.
A primeira fase foi tensa, uma vitória, dois empates e uma derrota... Depois disso precisávamos de um placar considerável para passarmos como terceiro, e nos saímos melhor que a encomenda, dando um chocolate no Bairro Peixoto. A fase do mata-mata foi complicada, pois logo de cara pegamos o América do Lido, com a vantagem do empate. Passamos com classe e categoria. Ganhamos na bola, e isso foi lindo de se ver! O Copaleme era uma questão de honra, pois fomos eliminados nas quartas, em 2008, por eles. Era uma vitória obrigatória, que lavou minha alma, de certa forma. A final, contra o Racing, foi épica! Aquele gol do Lucas, nos cinco primeiros minutos de jogo, foi a alavanca para uma partida intensa, emocionante e memorável! E o título nas duas categorias foi um tapa na cara da sociedade!
4 – Quando você começou a torcer pelo Paula Freitas? Como descobriu o time?
Em 1996 conheci o time e em 1997 acompanhei a Copa Rio de Beach Soccer, pois a arena era em frente à rua, e pude presenciar um título da instituição. Na época eu tinha um namorado que era amigo de todos da rua e acabei fazendo parte de um todo! Tive, logo de cara, uma afinidade inexplicável com o Allan, Joãozinho, Bibi, Bigodinho, Samuel, Luizinho, Rafinha, dentre outros. Dali pra frente, entre altos e baixos, a equipe acabou se extinguindo por um tempo, e em 2008, quando retornei às origens, o Bruno estava no auge do trabalho de retomada do time, do qual fiz questão de participar e mergulhei de cabeça no ideal, em homenagem e consideração à todos aqueles que fizeram parte e defenderam as cores da PF.
5 – O Paula Freitas é o único time do futebol de praia que tem uma constante presença feminina na torcida. Por que isso? Em que os atletas do Paula Freitas são diferentes dos outros times?
Na verdade não é o único... O Copaleme e o Areia também possuem uma presença feminina forte. Acho que o diferencial da mulherada da Paula Freitas é o fato de todas vestirem a camisa e participarem como verdadeiras guerreiras. Acredito que eu tenha sido a precursora dessa coisa toda de torcer, gritar, arrumar confusão e ser associada a um clube da praia e, graças ao bom Deus, as que me acompanharam não deixaram a desejar! Os nossos atletas são tão atletas quanto os outros, apenas são muito mais bonitos, óbvio (rs), mas o que realmente nos torna diferente é a sensação familiar que compartilhamos e que acaba gerando um diferencial das outras equipes. Nós todos somos um só!
6 – O que você achou, em termos gerais, do Campeonato Carioca de 2013?
Melhor não poderia ser! Meu clube sagrou-se campeão da melhor forma possível!
7 – Aparentemente o ambiente do futebol, de um modo geral, é muito machista. Mas você circula com muita desenvoltura tanto em meio a torcida, quanto em meio aos jogadores e dirigentes. Como você consegue manter a moral?
Eu tenho um jeito meio molecona inconsequente que acaba cativando as pessoas. Eu gosto de rir e fazer os outros rirem. Discuto sobre futebol melhor do que muito homem por aí, e me orgulho disso! A desenvoltura vem de berço, pois meu pai me acostumou a tratar todo mundo da mesma forma, independente de status, cor, credo ou sexo. Nunca tive muitas papas na língua e não sou de levar desaforo pra casa. Costumo dizer que o meu maior defeito é, ao mesmo tempo, minha maior qualidade, que é a sinceridade. Dessa forma consigo manter o respeito e acabo fazendo amizades. É um dom, não dá pra controlar. Quem gosta de mim, gosta pelo que eu sou, pois não faço questão de ser simpática com ninguém. E quem não gosta? Paciência! Sou Campeã da Praia, com feito histórico, e vão ter que me aturar por muito tempo!
8 – Se você fosse escolher um único jogador do Paula Freitas para ser coroado como “o craque do ano”, quem seria esse jogador?
Sem sombra de dúvidas é o nosso lateral, Pacheco!!!
9 – Allan Amorelli e Bruno Melhado são os líderes do Paula Freitas. O que eles significam para o time?
Para o time eles são líderes, por todo esforço e dedicação. Poucas pessoas possuem a garra e perseverança desses dois. O Bruno abriu um bueiro, tirou a PF de dentro e o Allan comprou a ideia! São merecedores de cada homenagem e títulos a conquistar e já conquistados pela equipe. Para mim, são muito mais do que isso... O Bruno é amigo de infância, desde os primórdios de colégio, e o Allan é como um irmão mais velho, faz parte da família.
Para o time eles são líderes, por todo esforço e dedicação. Poucas pessoas possuem a garra e perseverança desses dois. O Bruno abriu um bueiro, tirou a PF de dentro e o Allan comprou a ideia! São merecedores de cada homenagem e títulos a conquistar e já conquistados pela equipe. Para mim, são muito mais do que isso... O Bruno é amigo de infância, desde os primórdios de colégio, e o Allan é como um irmão mais velho, faz parte da família.
10 – Esqueça por instantes o Paula Freitas e diga-nos quem são os jogadores dos outros times que você mais admira?
Sou fã incondicional do Maylde, do Força, e do Roni, do Copaleme. Além desses dois, admiro muito o Pedrinho, que atualmente joga na Ronald, o Dario e o Lucas Toni.
11 – Você também vibra pelo futebol profissional da mesma forma como vibra com os jogos do Paula Freitas? Você vai ao Maracanã nos jogos do Flamengo?
Já vibrei mais... Hoje em dia prefiro guardar todas as minhas energias para a Paula Freitas, pois está mais ao meu alcance, mas sou rubro-negra no sangue e na alma, e TJF sempre! Ir aos jogos ficou bastante complicado depois do nascimento da minha filha.
12 – Quem são os jogadores do futebol profissional que você mais curte ver jogando?
Atualmente o David Luiz, Paulinho e Neymar. Se puder ser um pouco saudosista, no futebol "retrô", sou fã do Batistuta, Pagliuca e Branco.
13 – Que mensagem você mandaria para todos que fazem o futebol de praia de Copacabana?
Vamos fazer o possível para conseguirmos árbitros melhores! Pelo amor de Deus!
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