Entrevista: Helinho e o futevôlei



O FUTEVÔLEI VAI A HOLLYWOOD – Durante a Copa do Mundo de 2014 o futevôlei foi alvo de uma reportagem no caderno de esportes do New York Times. O jornal americano chamava a atenção dos seus leitores para esse esporte inventado nas areias de Copacabana e que vem se tornando cada vez mais popular no Brasil e no exterior. Quando a seleção brasileira perdeu o jogo com a Alemanha, o site americano Hollywood.Com enumerou dez razões para o povo brasileiro não ficar frustrado com o resultado. E uma das razões (ao lado do fato do Brasil ser a terra natal de Gisele Bundchen e o país das mais belas modelos da Victoria Secret´s) foi o fato do Brasil ser o país “daquela estranha forma de vôlei que se joga com os pés”, numa referência ao futevôlei. Sendo assim, o blog Craques da Praia convocou Wellington Correia, mais conhecido como Helinho, para falar sobre esse esporte que surgiu nas areias de Copacabana e ganhou o mundo. 

1 – O que o futevôlei significa para você? 
 O futevôlei para mim significa tudo! Não só pela prática e por ser meu esporte predileto, mas também porque, para mim, ele é si-nônimo de gratidão. Devo muito a este esporte, pois conquistei muitas coisas através dele. É uma das coisas que mais gosto de fazer na vida. Conheci muitos lugares no mundo todo, conheci pessoas, fiz contatos importantes, me abriu várias portas, etc... 

 2 – Como anda a popularidade desse esporte no Brasil? 
Então... Sobre a popularidade no meu ponto de vista, está aumentando cada vez mais. Basta observar a orla do Rio, do Leme ao Recreio, a quantidade de atletas praticando esse esporte. Se compararmos com outros esportes, mais especificamente com o vôlei de praia, que já é um esporte olímpico, vamos verificar que temos mais adeptos no futevôlei. São redes por todos os lugares. E isso se estende por todo o Brasil a fora. Hoje temos futevôlei até em muitos lugares que não tem praia. Isso é sensacional. 

3 – Você tem participado de competições no exterior. Como anda a popularidade do futevôlei lá fora? 
Tenho participado de competições fora do país, na Europa e Estados Unidos, e acompanhado a evolução do nosso esporte lá fora também. Lá não está diferente. O sucesso está cada vez maior. Países que jamais pensei estão praticando o futevôlei. Até no mundo árabe já chegamos. Haja vista a Copa do Mundo que trouxe vários ex-atletas consagrados do cenário futebolístico mundial e eles lotaram as praias a procura do nosso esporte. Inclusive ajudando a divulgá-lo, sendo notícia em todo mundo. 

4 – O futevôlei foi alvo de uma reportagem no caderno de esportes do New York Times durante a Copa do Mundo. Isso mudou alguma coisa para o futevôlei? 
Sobre a matéria do New York Times, para nós atletas não acho que mudou nada, pelo menos por enquanto. Mas é claro que teve seu lado positivo, pois serviu para destacar nosso esporte no cenário internacional. O futevôlei é um esporte genuinamente brasileiro, nascido aqui, e sempre será o hobby de grandes profissionais do futebol brasileiro e do mundo. 

5 – O Léo Tubarão tem se destacado nesse esporte desde que a jogada que ele inventou, o “shark attack”, se tornou popular. Não é verdade? 
Na verdade ele aperfeiçoou uma jogada já existente. (Essa jogada quase acrobática de chutar a bola no ar com a sola do pé também é conhecida nas quadras como sapatada.) Não que isso não tenha seu valor. Os méritos com certeza são todos dele, pois essa sua criação contribuiu não só para surgimento de outros atletas buscando imitá-lo, mas também muitos outros buscaram inspiração na iniciativa de criar novas jogadas, com outras denominações. Sendo assim ele será sempre lembrado não só por essa jogada, mas também por ter contribuído para a evolução do esporte, sem falar na sua contribuição fora das quadras. 

6 – Você domina bem a técnica do “shark attack”? 
Infelizmente não domino muito bem essa técnica, pois sou de uma geração da qual se utilizava esse movimento para salvar uma jogada perdida, não como hoje em dia que usam como se fosse uma cortada do vôlei, caracterizando um ataque. Além disso, houve uma ocasião em que, ao tentar executá-la sofri uma grave lesão. 

7 – Quem são os melhores jogadores de futevôlei da atualidade? Bem... para mim, hoje em dia, os melhores são Bello e Vinicius, pois são os atletas mais regulares e que carregam a hegemonia atual. Basta ver os resultados dos torneios. São pra mim os únicos profissionais dentro de um esporte que ainda é amador. Sem falar na qualidade técnica individual de cada um. Mas, fora esses dois citados, tem um que sou fã e na minha opinião estará sempre na lista do melhor dos melhores, que é o Guigui! 

8 – E no futebol? Quem são os jogadores que você mais admira? 
No futebol admiro muitos que vi jogar e, em especial, muitos com quem tive o prazer de fazer parceria no futevôlei. Atletas como Zico, Ronaldo, Romário, Edmundo, Maradona, Felipe, Renato Gaúcho, Leonardo, Ronaldinho, Robinho, Neymar, Rivaldo, etc... 

9 – Como foi a emoção de jogar futevôlei com o lendário campeão olímpico Usain Bolt? 
A emoção de jogar ao lado de um ídolo como o Bolt foi única. In-descritível. Ele é sinônimo de humildade e simplicidade. E isso com certeza vai ser uma das coisas que guardarei para a vida toda. Foi um momento histórico! Mais uma das grandes coisas que o futevôlei me proporcionou. 

10 – Que mensagem você mandaria para os adeptos do futevôlei? 
A mensagem que eu gostaria de mandar para os praticantes e adeptos do futevôlei é a seguinte: nunca pensem em relação ao futevôlei só naquele momento em que você está jogando ou par-ticipando de uma competição. O reconhecimento pessoal vem naturalmente. O importante mesmo é nunca deixar de praticar e divulgar o esporte pelo mundo. Só assim esse esporte que surgiu nas areias de Copacabana um dia terá a chance de se tornar um esporte olímpico.














Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Balança campeão de aspirantes

A força do Colorado

Entrevista com Rafael Bueno

Os melhores jogadores de 2017

O nome dele é Magal